Sempre engajadas com temas ligados ao empreendedorismo, a mulher e ao bem-estar da sociedade, o Núcleo da Mulher Empreendedora da Associação Empresarial de Lages, realizou na última terça feira, 14 de setembro, uma reunião para debater a violência e discriminação contra mulher, que contou com a participação do juiz Alexandre Takaschima, titular da 2ª Vara Criminal da comarca de Lages, e das vereadoras Suzana Duarte, Elaine Moraes e Katsumi Yamaguchi, que são membros da Procuradoria Especial da Mulher, da Câmara de Vereadores de Lages.
Um dos assuntos abordados na reunião foi o tratamento diferenciado entre homens e mulheres, especialmente no âmbito profissional, e a perda de oportunidades pelo fato da mulher estar em idade fértil. A discriminação sofrida pela mulher é definida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como “violência de gênero sofrida pelo fato de se ser mulher”.
Em sua fala, o juiz Takaschima destacou que o ciclo de violência é muito cruel. O homem agride a mulher, depois se desculpa e promete que não fará mais e vive um período de “lua de mel”, até que aconteça a agressão novamente. “Quebrar esse ciclo da violência é muito difícil”, falou reforçando que nada justifica a violência contra a mulher e que em briga de marido e mulher se mete a colher.
A vereador Suzana reforçou a importância de compartilhar as histórias para que as mulheres reconheçam que isso acontece com várias mulheres. É preciso acolher essas mulheres, mostrar que é direito delas se libertarem desse relacionamento abusivo, se reerguerem e seguir em frente.
A violência contra a mulher é uma prática abusiva que acontece há décadas. Ao contrário do que muita gente pensa, a mulher agredida não passa por isso porque quer ou gosta. Muitas vezes ela não encontra apoio na própria família para sair desse relacionamento, em outras, nem se dá conta de que está em um relacionamento abusivo, por não haver agressão física.
O juiz Takaschima informou que existe um aplicativo chamado Penha’S, que ajuda as mulheres a reconhecer se estão em um relacionamento abusivo. “São 12 perguntas simples, que ajudam a mulher a compreender algumas situações que podem ser indicativos de uma relação abusiva, com riscos de violência doméstica”, explicou.
É importante que a violência e discriminação contra a mulher seja debatida e levada ao conhecimento público, para que as pessoas consigam identificar a violência, consigam ter empatia e estender a mão a quem precisa de ajuda.
As mulheres que se encontram em um relacionamento abusivo ou sofrem qualquer tipo de violência podem entrar em contato com a Procuradoria Especial da Mulher através do e-mail [email protected] ou no telefone (49) 3229-2183.