No mês em que completamos um ano do início do enfrentamento à Covid-19, estamos vivendo o momento mais grave dessa pandemia. O vírus tem sofrido mutações e está mais forte. A fim de discutir soluções para este grave problema da saúde pública, o Fórum das Entidades Empresariais realizou uma reunião na tarde desta sexta-feira, 12 de março, na ACIL, com a presença do Secretário de Estado da Saúde, André Motta, do subchefe da Casa Civil, Juliano Chiodelli, Deputada Carmen Zanotto, Deputado Marcius Machado, Prefeito Antonio Ceron, secretário de Saúde de Lages, Claiton Camargo de Souza. Os demais participantes acompanharam de forma virtual.
Na reunião conduzida pelo coordenador do Fórum das Entidades, Jeferson Rodrigo de Oliveira, Motta passou um panorama da pandemia em Santa Catarina, falou sobre prevenção e Hospital Tereza Ramos (HTR). Ele destacou que desde a estruturação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES), há exatamente um ano, sempre tiveram o cuidado de criar regras que façam sentido no enfrentamento desta pandemia. Neste momento, por determinação do Governador Carlos Moisés, o colegiado do governo foi mobilizado para discutir soluções para os problemas que estão sendo verificados in loco. Não é uma tarefa fácil, já que toda Santa Catarina se encontra num dos momentos mais graves desde o início desta pandemia.
Segundo ele, hoje são cerca de 380 pacientes aguardando uma UTI, destes 281 estão dentro de hospitais e os demais estão em UPAs, centros de triagem. “Santa Catarina não tem nenhum paciente aguardando UTI sem assistência médica” afirmou ele, destacando que estão todos reunidos porque é preciso unir forças para construir mais ofertas para a sociedade, pois apesar do Estado contar com uma estrutura boa para a saúde, “não é o suficiente neste momento por conta da velocidade da demanda”, frisou. Motta afirmou ainda que até o final de março a obra do HTR estará concluída. Com a entrega desta nova ala será possível, através de um trabalho conjunto, abrir novos leitos.
Os presidentes da ACIL, Carlos Eduardo de Liz, e da CDL, Zulmiro Klann, reforçaram o pedido para não haver o fechamento do comércio novamente, pois os empresários não estão mais conseguindo pagar essa conta. O secretário de Saúde disse concordar e entender essa angústia. “Estamos tentando entender onde está o equilíbrio entre a saúde e a economia. Se nós não tivermos uma consciência coletiva da gravidade será difícil combater o vírus. Nós pensamos nisso todos os dias. Precisamos da ajuda de todos os senhores, as regras precisam ser cumpridas e para serem cumpridas precisam ser pactuadas. E todos devem fiscalizar aqueles que não cumprem as regras”, frisou.
A deputada Carmen Zanotto destacou a complexidade desta nova cepa, “ela é muito mais grave que tudo o que vivemos ano passado”. Para ela, o que pode ser feito de mais urgente para auxiliar a Serra catarinense neste momento é a abertura da nova ala do HTR para disponibilizar mais leitos para região e contratação de equipe de fora, a exemplo de Chapecó. “Com união vamos colocar mais leitos de UTI e de enfermaria à disposição da sociedade”.
O prefeito Ceron destacou que há necessidade de reforçar os cuidados e que a tomada de decisões é baseada em fatos e dados, “há 30 dias atrás recebíamos 200 pessoas por dia no Centro de Triagem e na UPA, na quarta-feira (10) esse número subiu para 600 pessoas. E há 10 dias atrás Lages tinha cerca de 180 casos ativos, hoje já ultrapassa 2.400 casos. E aquilo que repercute em Lages nós temos que tomar decisões, mesmo que muitas delas não gostaríamos de tomar, mas naquele momento, com a responsabilidade que nós temos, precisamos agir”. Informou ainda que na próxima segunda feira (15) haverá uma reunião com a presença dos presidentes da ACIL, CDL e coordenador do Fórum das Entidades para discutir as próximas ações.
Chiodelli reforçou que o compromisso do Governo do estado avançar em algumas pautas da saúde em Lages, como a entrega da nova ala do HTR para abertura de novos leitos. Agradeceu a todos pela oportunidade para esclarecer algumas questões que estão sendo levantadas em grupos de whatsapp. Finalizando a reunião, o coordenador do Fórum ressaltou que nenhuma ação será suficiente se não houver a conscientização de todos.
