Incentivar e fortalecer o empreendedorismo é uma das missões do Conselho Estadual de Jovens Empreendedores de Santa Catarina (Cejesc). Um dos projetos desenvolvidos pelo conselho e que representa bem esta missão foi apresentado aos empresários da Associação Empresarial de Lages na reunião desta segunda feira, 1º de julho, pelo vice presidente do Cejesc na regional Serra Catarinense, Malek Ráu Dabbous, o projeto piloto Santa Catarina Mais Empreendedor.
O objetivo é levar o empreendedorismo para jovens em comunidades de baixa renda, utilizando a metodologia ByNecessity, da agência de fomento social Besouro. Esta metodologia já atendeu mais de 4 mil jovens em países da América do Sul, inclusive no Brasil em comunidades como Rocinha e Canta Galo, e consegue levar empreendedorismo na linguagem desses jovens de comunidades carentes, utilizando o conhecimento de cada um para desenvolver um negócio de baixo ou zero investimento.
Este piloto faz parte do Programa Brasil Mais Empreendedor, desenvolvido pela Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje) para ajudar a atravessar esse momento de crise econômica do Brasil, que hoje tem as maiores taxas de desemprego da história, cerca de 12,7%, o equivalente a mais de 13 milhões de desempregados. Entre os jovens de 18 a 24 anos, este índice chega a 27,3% e um grande número destes jovens não estão preparados suficientemente para ingressar no mercado de trabalho. O empreendedorismo pode ser o caminho para estimular nestes jovens a vontade de desenvolverem seu próprio negócio e assim, conseguir uma fonte de renda.
O projeto piloto tem o objetivo de formar seis turmas de 30 alunos no estado, entre junho e dezembro 2019. A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) é dividida em doze regionais, então será formada uma turma a cada duas regionais. O trabalho inicia com a sensibilização de entidades e órgãos municipais e estaduais e a proposição de um pacto de cooperação para realização do Santa Catarina Mais Empreendedor, ou seja, a união de forças para viabilização do programa.
O investimento para realizar o projeto é de R$ 41 mil por turma, o que dá um valor de R$ 1.366 por aluno. Serão 30 horas presenciais, incubação com acompanhamento por três meses e um ano de associação nos movimentos associativistas municipal, estadual e nacional, sem custo para o Jovem, demonstrando que eles realmente tem a oportunidade de inclusão social.
Para Malek, esta é uma forma de levar estes jovens ao mercado de trabalho como microempreendedores, passando da busca de um emprego para o oferecimento de um. De acordo com ele, dados da agência Besouro demonstram que há uma taxa de conversão em novos negócios de 70% dos jovens que participam do programa. “A cada turma de 30 jovens serão 21 novos negócios, com um faturamento de cerca de R$ 1.300. Em menos de dois meses o projeto dá retorno e o dinheiro fica na comunidade”, explicou.
Com o apoio e a cooperação de todas as entidades e dos Governos Estaduais e Municipais, e a validação do projeto piloto será possível ampliar o projeto para todo o estado e assim, atender mais de 5 mil jovens até dezembro de 2020.
Ao final da apresentação, Malek fez um apelo aos empresários para que inscrevam Lages para participar deste piloto. “Lages tem o maior número de bolsa família em Santa Catarina. Isso demonstra a necessidade de trabalhar num projeto desses”.