A tragédia que assolou o Rio Grande do Sul teve proporções tão significativas que despertou uma série de questionamentos sobre o impacto econômico nos estados do Sul do país. Para compreender os desdobramentos agrícolas e de abastecimento na Serra Catarinense decorrentes dessa calamidade, o Núcleo de Agronegócios da Associação Empresarial de Lages promoveu um painel de debates na noite de terça-feira, 11 de junho, na sede da ACIL.
O evento contou com a participação do proprietário do Supermercado Martendal, Jakson Martendal; o diretor financeiro da Cooperplan, Luiz Uncini; o gerente regional da Epagri de Lages, José Marcio Lehmann; a gerente da agência Coral do Sicredi, Raquel Fochezatto; o engenheiro agrônomo Cezário Souza; o supervisor da Berneck, Fabiano Ludwig, que compartilharam suas experiências e ponto de vista sobre o tema. O painel foi mediado pelo economista Valdomiro Hildebrando.
O preço dos alimentos, especialmente os produtos in natura, está diretamente relacionado ao clima. As fortes chuvas no Rio Grande do Sul destruíram grande parte das áreas recém semeadas e atingiram os produtos armazenados oriundos da colheita de verão, além de elevar os custos de transporte e logística.
De acordo com Jakson Martendal, o agronegócio já vinha enfrentando sofrendo bastante e, com as intempéries, os problemas se agravaram, especialmente no setor de hortifruti. “O consumidor não tem poder para aguentar mais uma alta de preços”, salientou ele. O gerente regional da Epagri ressaltou que o maior desafio agora é a recuperação do solo para novos cultivos, já que a camada de nutrientes foi levada pelas intensas chuvas. “É necessário planejar a próxima safra”. Já Raquel Fochezatto destacou que estudos da FGV indicam que o impacto na inflação deverá ser absorvido nos próximos dias.
O evento mostrou que, apesar dos desafios, há um esforço conjunto para amenizar a situação e planejar as próximas safras, com uma visão cautelosa, mas esperançosa, sobre o futuro do agronegócio na região.