Dados fazem parte do relatório de indicadores de inadimplência e recuperação de crédito lançado hoje, 12/9 pela Facisc e pela Boa Vista
Em Santa Catarina, o Indicador de Registros de Inadimplentes subiu 3,5% no primeiro semestre do ano de 2019, de acordo com os dados da Boa Vista e da Federação das Associações Empresariais de SC – Facisc. Segundo o economista da Facisc, Leonardo Alonso Rodrigues, nos últimos cinco anos, esse é o maior valor obtido para o acumulado dos primeiros semestres de cada ano no estado. Os indicadores de inadimplência e de recuperação de crédito ao consumidor vem registrando crescimento no estado de Santa Catarina. No primeiro semestre de 2019, a inadimplência cresceu 3,5% e a recuperação de crédito 5,8%. Os dados foram lançados em reunião com a diretoria da Facisc, com a presença do economista da Boa Vista, Flávio Calife.
“Em compasso ao que ocorre no estado, as cidades catarinenses também acompanharam o movimento em menor ou maior proporção dependendo do município”, explica o economista. Em relação a inadimplência, o resultado foi maior nas cidades de Blumenau (7,0%) e Joinville (6,2%), e apenas Lages (-0,7%) registrou queda neste primeiro semestre do ano. Pelo lado da recuperação de crédito, o resultado foi maior nas cidades de Blumenau (16,0%), Joinville (15,1%) e Tubarão (14,9%). Apenas Caçador (3,9%) registrou crescimento abaixo do resultado estadual (5,8%) no período.
Santa Catarina no contexto nacional
No contexto nacional, Santa Catarina obteve os maiores crescimentos tanto na inadimplência como na recuperação de crédito. “No primeiro semestre de 2019, o Indicador de Registros de Inadimplentes registrou queda de -2,8% no Brasil, sendo o resultado catarinense de crescimento de 3,5%. Por outro lado, o Indicador de Recuperação de Crédito do Consumidor registrou queda de -3,5% no primeiro semestre do ano de 2019 no Brasil e Santa Catarina apresentou crescimento de 5,8%.”, explica Flávio Calife, economista da Boa Vista.
Para Leonardo Alonso Rodrigues se a inadimplência cresce no estado quando os consumidores catarinenses depois de alguns anos, começam ligeiramente a apresentar problemas com relação ao pagamento de suas dívidas, por outro lado, a recuperação de crédito cresce também, mas em ritmo mais acelerado. “É possível apontar uma recuperação do crescimento econômico no estado mais acelerado do que acontece no país”.
Em 2017 e 2018 o estado cresceu 7,1% em cada ano segundo Índice de Performance Econômica das Regiões do estado de Santa Catarina (IPER-SC). Outro fator, nos últimos dois anos, Santa Catarina liderou em termos de crescimento o volume de vendas do comércio varejista no país. Em 2017 registrou crescimento de 13,5% e 8,1% em 2018. Santa Catarina está entre os únicos estados que ultrapassaram o nível de emprego formal de 2014 (período de maior nível de emprego). Já neste primeiro semestre acumula saldo positivo de 49.895 vagas de empregos formais. Entre esses fatores, pesa mais nas relações com a inadimplência, que, por um lado, com o maior volume de vendas no comércio e volta do consumo uma parte dos consumidores já registram dificuldades em honrar seus compromissos realizados. Por outro lado, com o aumento do emprego e recuperação da renda, boa parte das famílias catarinenses vêm registrando um reequilíbrio mais vigoroso das dívidas que se encontravam em um período recente com mais dificuldades de pagamento, e esse movimento da recuperação do crédito segue um ritmo mais acelerado no estado do que pelo lado da inadimplência.
Avaliação do economista da FACISC Leonardo Alonso Rodrigues
“Santa Catarina vem mantendo um crescimento econômico neste primeiro ano de 2019, porém, em menor proporção ao que ocorrera nos últimos dois anos de recuperação mais acelerada. As condições do mercado de trabalho seguem trajetória de crescimento, ao passo que também se mantêm no estado a menor taxa de desemprego do país. A tendência a partir de alguns indicadores econômicos, é que Santa Catarina continue crescendo, porém, não capaz de promover um crescimento maior em 2019 dos que já foram obtidos nos dois últimos anos. É de salientar, que mesmo diante desse cenário, é esperado também que o estado continue mantendo um crescimento acima da média nacional. Como já vem sendo alertado, a prioridade e a questão primordial é que possamos no momento construir a base e a estrutura para um crescimento vigoroso e principalmente que seja sustentável no longo prazo tanto no país como em Santa Catarina”.